Sindicatos de trabalhadores rurais de São Paulo se reorganizam dentro da CUT
Entidades irão fortalecer a luta por reforma agrária, a defesa do meio ambiente e pelo fim da precarização no campo
Publicado: 26 Julho, 2024 - 14h18 | Última modificação: 29 Julho, 2024 - 16h22
Escrito por: Rafael Silva e Alexandre Trindade - CUT São Paulo
Em ato simbólico realizado na noite da última quinta-feira, 25, sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais do interior paulista firmaram a reaproximação junto à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Todas as entidades possuem suas bases no interior de São Paulo e, juntas, irão fortalecer a luta de classe em defesa dos direitos e redução das desigualdades.
O ato de reaproximação ocorreu durante a abertura do Seminário com Assalariados Rurais, atividade promovida pela CUT-SP que ocorre até esta sexta, 26, em Araraquara (SP). A partir de agora, esses sindicatos estão mais ativos dentro da Central, participando de atividades e ações.
Participaram da ação o Sindicato dos Empregados Rurais de Araraquara, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cosmópolis, Artur Nogueira Paulínia e Campinas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barretos, Sindicato Empregados Rurais de Barra Bonita e o Sindicato dos Empregados Rurais de Fernandópolis, além do Sindicato dos Empregados Rurais de Itápolis, que se filiou à CUT.
“Para a CUT é uma grande satisfação ter esses sindicatos potencializando a luta pela reforma agrária, a defesa do meio ambiente e por melhores condições de trabalho no campo. A pauta dos trabalhadores rurais sempre esteve presente em nossas lutas e a reaproximação dessas entidades irá agregar o trabalho de unidade junto às demais categorias, afirma o presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart, que participou da mesa de abertura do evento.
No Brasil, o Dieese estima que mais de 60% dos trabalhadores rurais estão na informalidade, ganhando menos ou até um salário mínimo. Com a reforma Trabalhista do governo de Michel Temer (2016-2018), a precarização piorou, permitindo a terceirização sem limites do trabalho no campo.
Já no governo Bolsonaro (2019-2022), outro ataque se deu com a reforma da Previdência, prolongando mais o tempo para se aposentar, bem como acabou com a fiscalização no campo. O setor rural, inclusive, é um dos que concentra o maior número de casos envolvendo trabalho análogo à escravidão, com situações de cárcere privado.
Além disso, por manipularem agrotóxicos e outros tipos de venenos nas lavouras, os trabalhadores rurais estão vulneráveis aos efeitos danosos desses produtos na saúde.
“A terceirização conduz a uma inevitável precarização das condições de trabalho porque os patrões buscam esse caminho para aumentar os seus lucros e, consequentemente, reduzir o custo da mão de obra. Junto à CUT, vamos lutar contra esses ataques e fortalecer a pressão pela reforma agrária e para que os trabalhadores possam produzir alimentos numa nova perspectiva, com equilíbrio do meio ambiente, diz Élio Neves, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Araraquara, ao lado das lideranças dos demais sindicatos.
Também presente da mesa inicial do seminário, o secretário de Administração e Finanças da CUT-SP, Douglas Izzo, destacou a contribuirão que os novos sindicatos trarão à Central. “São sindicatos importantes para reorganizar os trabalhadores rurais dentro da CUT no estado de São Paulo, contribuindo e dizendo quais são as lutas e as bandeiras que teremos de enfrentar no próximo período”, disse.
Também estiveram presentes no primeiro dia do seminário a secretária de Meio Ambiente da CUT-SP, Solange Ribeiro; o coordenador da subsede da CUT-SP em São Carlos, Edinaldo Ferreira, e em São José do Rio Preto, Amarildo Pessoa, e integrante da Direção Plena da CUT-SP e dirigente da Fetam-SP (Federação dos Trabalhadores dos Serviços Públicos Municipais), Djalma Prado.
Assista à reportagem da TVT: