Reforma agrária já! Famílias do MST ocupam fazenda improdutiva em Campinas
Publicado: 15 Abril, 2024 - 18h20 | Última modificação: 15 Abril, 2024 - 18h24
Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo, com informações da subsede da Campinas

Na manhã desta segunda-feira (15), cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma a Fazenda Mariana, uma terra improdutiva na cidade de Campinas (SP). A subsede da CUT-SP na região esteve junto aos companheiros prestando solidariedade à ação, que é parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, conhecida como Abril Vermelho.
A ocupação, no entanto, durou poucas horas. De forma arbitrária, a tropa de choque da polícia agiu de forma truculenta para retirar as famílias. “Nós sofremos um despejo truculento. A Guarda Municipal, com o apoio da Polícia Militar, mandaram bombas, balas de borracha, uma série de ações contra pessoas idosas, inclusive mulheres e algumas crianças. A prefeitura não mandou nenhum tipo de apoio, assistência social”, criticou Gerson Oliveira, da coordenação Estadual do MST-SP.
Em meio ao impasse, uma comissão do MST foi recebida por representantes da prefeitura. De acordo com Gerson, na reunião, a gestão municipal ficou de estudar uma área em Campinas que possa ser destinada à reforma agrária. Em seguida, as famílias saíram em caminhada do Paço Municipal até a Câmara de Vereadores.
Todos os anos, o MST realiza o Abril Vermelho para denunciar a quantidade de terras que não cumprem função social no país e também em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, em 17 de abril de 1996.
A área ocupada em Campinas tem aproximadamente 200 hectares e é administrada pela Zezito Empreendimentos Ltda, que atua também no setor imobiliário. Documento enviado à Prefeitura de Campinas em 2015, no âmbito da revisão do Plano Diretor, a declarou a impossibilidade de viabilizar atividades produtivas no local.
“A resposta da polícia foi ilegal, pois não houve sequer um pedido de reintegração por parte do proprietário. Simplesmente ignoraram o fato da área estar no escopo do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para ser destinada para a reforma agrária”, diz o coordenador da subsede da CUT-SP, Agenor Soares. Diversos sindicatos CUTistas também contribuíram com a luta, ajudando com alimentos e água.