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Professores e estudantes se unem em Comitê para impedir que UFABC feche as portas

Plenária digital criou comitê para reverter cortes no orçamento promovidos pelo governo Bolsonaro

Publicado: 18 Junho, 2021 - 16h23

Escrito por: Redação - ADUFABC

Nelsonkon/divulgação
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Prestes a completar 15 anos de existência, a Universidade Federal do ABC (UFABC) corre o risco de fechar as portas, caso o cortes orçamentário imposto pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) seja mantido.

Da mesma forma que outras universidades federais, a UFABC também sofreu forte impacto após a redução em 18% nos valores destinados ao custeio do funcionamento que inclui o pagamento de serviços como água, luz, internet, bolsas, assistência estudantil e salários de trabalhadores terceirizados.

O montante referente a 2021 passou de R$ 53,1 milhões para R$ 43,7 milhões (18% a menos). Além disso, outros R$ 6 milhões (13,8%) ainda seguem indisponíveis devido a um decreto do presidente que bloqueou o montante junto à Lei Orçamentária Anual (LOA).

Para mobilizar a comunidade acadêmica e ampliar o diálogo com a sociedade, trabalhadores docentes e técnicos-administrativos, alunos de graduação e de pós-graduação se uniram na última segunda-feira (14) para o lançamento do Comitê UFABC contra os cortes no orçamento.

O encontro reuniu representantes da Associação dos Docentes da UFABC (ADUFABC), do Diretório Central dos Estudantes (DCE), da Associação dos Pós-Graduandos (APG), do Diretório Acadêmico de São Bernardo (DA-SBC), entre outros. 

Várias propostas de atuação foram apresentadas durante o encontro e serão encaminhadas no comitê, que contará com a adesão das entidades e de voluntários para essa mobilização.

Luta de todos e todas

O Comitê UFABC contra os cortes é uma articulação aberta a quem queira e possa colaborar nesta luta, ainda que pontualmente.

Além dos representantes das entidades estudantis e sindicais, voluntários estão se inscrevendo para ajudar a construir e disseminar as ações de comunicação e de mobilização.

Além disso, a UFABC é um patrimônio público e sua defesa não se resume aos que hoje trabalham ou estudam na instituição.Todos e todas podem ser voluntários nessa frente.

Para integrar o Comitê, basta preencher o formulário disponível neste link: https://forms.gle/YWUFf4bXeVtq6d3o9.

Uma iniciativa coletiva e urgente

Presidente da ADUFABC, Salomão Ximenes, apontou que a postura do governo é uma ação coordenada de desmonte, orientada a reduzir a atuação do Estado na educação e implementar a reforma administrativa.

Ele lembrou que enquanto o aumento para os militares e o “orçamento secreto” destinado aos parlamentares da base de apoio foram inseridos dentro do teto de gastos, recursos essenciais à educação superior pública, à assistência social e à saúde foram deixados de fora, exigindo uma luta por recomposição urgente.

“Vamos compor e mobilizar uma iniciativa conjunta em defesa da UFABC, da educação e da ciência, seriamente ameaçadas pela decisão do governo Bolsonaro de relegar tais setores no Orçamento 2021. Trata-se de uma clara política para diminuir o acesso à educação pública e à produção científica”, apontou.

A medida prejudica não só professores e estudantes, mas também a população atendida pela universidade. Segundo dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), os hospitais universitários oferecem mais de dois mil leitos para pacientes com Covid-19 e mais de 670 mil testes foram realizados pelas federais em 2020.

 

Representante do DA-SBC, Clara Freitas indicou a importância da pressão sobre os parlamentares para que a UFABC não feche as portas.

“Um dos caminhos da nossa mobilização deve ser a cobrança sobre os parlamentares para o descongelamento da verba, que vai depender da votação deles. Assim como a articulação com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC e demais instituições para que a universidade continue”, ressaltou.

Presidenta do DCE da UFABC, Laura Passarella, afirmou que a mobilização da Academia mais uma vez será fundamental para impedir os retrocessos que são impostos novamente.

“Há anos temos visto sucessivos ataques às universidade públicas brasileiras. O que tem barrado o total desmonte é a resistência das comunidades acadêmicas, organizando debates, greves, atos etc. Por isso, a construção do Comitê é fundamental para articular a UFABC na defesa da universidade gratuita, pública, de qualidade”, disse.