Nova direção dos Químicos de São Paulo fortalecerá luta por aumento real de salário

O Sindicato dos Químicos de São Paulo elegeu nova diretoria entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro. A vitória foi dada à chapa 1, que disputou com o mote ‘Democracia, Transformação e Futuro’.

A luta por aumento real no pós-pandemia de covid-19 e o fortalecimento de uma política industrial no estado de São Paulo estão entre os objetivos centrais da nova diretoria que comandará a entidade entre 2023 e 2027.  

A conquista de aumento real de salário não avançou durante o período de isolamento social, como explica o presidente eleito Hélio Rodrigues, porém, não houve retirada de direitos à categoria durante a pandemia.  

Além disso, os trabalhadores do segmento não foram impactos pelas medidas advindas da reforma trabalhista. Rodrigues explica que o sindicato, inclusive, garantiu a manutenção da convenção coletiva.

“Mantivemos os direitos e a reposição da inflação durante a pandemia. Não conseguimos avançar na nossa luta histórica que é o aumento real, mas não houve retrocesso”, afirma.

Desafios futuros

São Paulo, Caieiras, Embu das Artes, Embu Guaçu e Taboão da Serra são as cinco cidades onde o sindicato está presente.

Hélio Rodrigues afirma que a pandemia ensinou que existem mais formas de fazer ação sindical que não apenas a de “entregar o jornal na porta de fábrica”.

Trabalhador da Indústria Müller e também vereador da cidade de São Paulo a partir de 2023, Hélio Rodrigues avalia que a nova direção terá ainda como desafio dialogar com uma categoria geograficamente diferente.

“A nossa categoria não ocupa mais os mesmos espaços de São Paulo, uma cidade que está em um processo de verticalização acelerado nos últimos anos. Existe um conjunto grande de empresas da categoria saindo do município de São Paulo e até do próprio estado, ainda em decorrência da guerra fiscal e dos incentivos que outros estados dão”, diz o dirigente.

Secretário de Administração e Finanças da CUT-SP, Renato Zulato, que compõe a nova diretoria do sindicato, fala sobre sua preocupação com relação ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) eleito por São Paulo.

“O governador não aponta nenhuma proposta para a política industrial em São Paulo. Indústrias químicas, plásticas e farmacêuticas seguem saindo do estado. Nosso papel é fortalecer a nossa federação, confederação e a CUT estadual para juntos lutarmos por mais empregos e melhores condições de trabalho. O setor químico, ao lado de outros segmentos, tem um papel importante no próximo cenário político”, avalia.

Segundo Zulato, o novo cenário econômico nacional traz esperanças a partir da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito com apoio do movimento sindical.

O dirigente acredita que o governo federal irá traçar uma política industrial em âmbito nacional, mas sem a organização nos estados não haverá avanços significativos.

“Se não houver uma organização sindical forte, com trabalhadores organizados, não conseguiremos ter êxito no estado de São Paulo. A nova diretoria dos químicos tem esse compromisso, não só de fortalecer a categoria, mas toda a classe trabalhadora”, conclui.

Veja a seguir  a composição da nova diretoria eleita. 

COORDENAÇÃO POLÍTICA

Hélio Rodrigues de Andrade

Antenor Eiji Nakamura

Edna Vasconcelos Amaral

Célia Alves dos Passos

Deusdete José das Virgens

Edielson Sousa Santos

Lucineide Varjão Soares

Renato Carvalho Zulato

Rosana Sousa Fernandes

SECRETARIADO EXECUTIVO 

SUPLENTES DO SECRETARIADO EXECUTIVO

COMPOSIÇÃO DO CONSELHO FISCAL