Na Itália, presidente da CUT-SP anuncia Seminário Sindical Internacional
Professor Douglas Izzo participou da abertura do XII Congresso Regional da CGIL Lombardia e falou sobre a conjuntura brasileira
Publicado: 01 Fevereiro, 2023 - 14h41 | Última modificação: 01 Fevereiro, 2023 - 15h35
Escrito por: Alexandre Trindade | Editado por: CUT São Paulo

Em maio, mês em que se celebra o Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, a CUT São Paulo deve promover um grande Seminário Sindical Internacional. O anúncio foi feito na terça-feira (31), pelo presidente da central paulista, professor Douglas Izzo, durante seu discurso de abertura do XIII Congresso Regional da CGIL Lombardia, central sindical italiana com quem a CUT-SP mantém convênio de cooperação.
“Quero parabenizar aqui a CGIL por essa integração e o convite para sindicalistas de vários países. Nós da CUT São Paulo queremos, no mês de maio, quando comemoramos o 1º de Maio, fazer um grande seminário internacional para debater, primeiro: uma visão global de como vamos combater o avanço do fascismo no mundo; e debater de uma forma internacionalista estratégias de luta, de mobilização para o enfrentamento ao capital”, disse Izzo.
Em sua fala, o presidente da CUT-SP destacou vários elementos da atual conjuntura brasileira, com foco no processo das eleições de 2022 que culminou com a vitória do presidente Lula no segundo turno. Mas não deixou de pontuar a tentativa fracassada de golpe contra a democracia de 8 de janeiro, a reação do governo Lula e dos setores que compreendem o valor da nossa democracia, bem como sobre os desdobramentos das investigações.
“Nós da CUT defendemos que todos os envolvidos sejam julgados dentro do processo legal e condenados pelos danos materiais e crimes contra a democracia, sem anistia”, enfatizou Izzo. Ele também fez questão de falar sobre a situação provocada pela falta de políticas públicas para população yanomami e a ações de fiscalização para combater o garimpo ilegal e o desmatamento no território indígena.
“Não está aqui no texto, mas vocês devem ter acompanhado o crime que foi cometido contra os índios yanomamis no Brasil. O governo Bolsonaro deixou de fazer ações humanitárias para o povo yanomami, o que lamentavelmente para nós, faz o Brasil e mundo se depararem com imagens de crianças desnutridas, doenças como febre amarela, pneumonia e a fome em decorrência do uso ilegal do solo, das águas e da floresta nas reservas yanomamis. Por este motivo já se cogita no Brasil levar às cortes internacionais de direitos humano a denúncia de genocídio contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse o presidente da CUT-SP.
Clique aqui para assistir a íntegra da abertura do XIII Congresso Regional da CGIL Lombardia
O Congresso
O XIII Congresso da CGIL Lombardia foi aberto pelo secretário-geral da central italiana Alessandro Pagano, diante de 600 delegados e delegadas e vários convidados e convidadas de instituições internacionais e sindicatos. O encontro segue até 2 de fevereiro, em Milão, na Itália.
Pagano destacou temas como saúde, autonomia diferenciada e segurança do trabalho em sua fala. “Neste território, os princípios neoliberais observados pelos governantes (liberdade de escolha, equação público/privado, transformação de direitos em serviços por demanda individual) colocaram funções cruciais para o bem-estar dos cidadãos, como como as políticas de saúde e de trabalho, em quase-mercados onde coexistem altos níveis de gastos públicos, piora da efetividade, dificuldade de acesso, marginalização dos sujeitos com maiores vulnerabilidades”, disse o secretário-geral da CGIL Lombardia.
Ele apoutou que será tarefa da CGIL "determinar as mudanças necessárias, criar condições de justiça social onde o trabalho volte a ser central para a criação de um futuro positivo para quem o executa e para toda a sociedade, a nossa organização tem por missão de continuar a organizar uma mobilização coletiva, permanente e inteligente”.
Também discursaram na abertura do congresso os dirigentes de outras centrais sindicais italianas: Ugo Duci, secretário da Cisl Lombardia; Enrico Vizza, secretário do Uil Milão e Lombardia; Primo Minelli, Anpi Lombardia; além do espanhol Javier Pacheco, secretário do CCOO da Catalunha.
(com informações do site da CGIL Lombardia)