Metroviários marcam greve para 15/08 e pedem liberação das catracas
Categoria está em luta contra a privatização do Metrô; Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, coloca segurança dos passageiros em risco com proposta de venda da estatal
Publicado: 14 Agosto, 2023 - 11h38 | Última modificação: 14 Agosto, 2023 - 12h05
Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo

Nesta terça-feira, 15 de agosto, a categoria metroviária de São Paulo tem greve marcada contra a proposta do governo Tarcísio de Freitas de privatização do Metrô, da CPTM e da Sabesp, serviços essenciais à população que, se forem entregues à iniciativa privada, irão encarecer o acesso.
Os metroviários, no entanto, desafiam o governador a liberar todas as catracas, como forma de não prejudicar os passageiros durante a paralisação. Uma assembleia da categoria está marcada para a noite desta segunda, 14, quando haverá deliberação sobre a luta.
À CUT-SP, o dirigente do Sindicato dos Metroviários, Marcos Freire, classifica como “desastrosa” a proposta de entreguismo do governo, destacando que as experiências em andamento, iniciadas pelos governos anteriores, mostram piora na qualidade dos serviços de transporte e prejuízos aos cofres públicos. “Um dos absurdos foi o processo em torno da Linha 4 Amarela, que liga as estações Luz e Vila Sônia. Como a concessão foi dada desde o início das obras, em 2004, o contrato com o governo previa pagamento de indenização à empresa concessionária até que todas as linhas fossem finalizadas, pois havia o entendimento de que a empresa perdia passageiros com os atrasos na obra. Ocorre que a obra também era de responsabilidade da iniciativa privada”, diz.
Marcos Freire diz que as demais concessões, como a da Linha 5, e de todas as obras de expansão do metrô que estão previstas, possuem cláusulas contratuais extremamente onerosas ao estado. “O governo dá a concessão e garante reembolso sobre futuros prejuízos. São muitas benesses oferecidas para a iniciativa privada”, afirma.
Para os trabalhadores dessas linhas, há completa precarização. “Nessas empresas, os salários são menores, tem muito assédio, não há garantia de nenhum direito e sequer o pagamento de hora extra é correto. Os relatos são de metroviários com jornadas de 12 horas, o que é um perigo. Além disso, sabemos que muitos estão com contratos com duração de cinco anos, pois existe uma lógica de que o profissional não tem que ter direito adquirido. E se citar o nome do sindicato, é demitido”, alerta Marcos Freire.

Para os usuários, cai a qualidade do serviço onde ocorre a privatização. Além da própria Linha Amarela do Metrô, há constantes problemas com as linhas de trens 8 e 9 da CPTM, onde há atrasos, falhas e graves acidentes. “Isso porque a iniciativa privada não faz investimento e só quer saber do lucro. Então temos denunciado esse entreguismo que o Tarcísio está fazendo, com objetivo de privatizar tudo até 2025”, continua o sindicalista.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo, junto a outras entidades, como a CUT, tem realizado diversas ações nas ruas e nas redes contra as investidas do governo paulista de tentar vender o Metrô, a CPTM e a Sabesp, além da terceirização de muitos serviços. No início de agosto, uma mobilização reuniu lideranças na estação Barra Funda (veja no vídeo abaixo). Acompanhe pelas redes da CUT-SP as próximas agendas de luta e participe.