Greve geral toma o estado de São Paulo; Confira o balanço
Paralisação alcança capital, região metropolitana, interior e litoral com ampla adesão da sociedade
Publicado: 14 Junho, 2019 - 12h42 | Última modificação: 14 Junho, 2019 - 18h56
Escrito por: Vanessa Ramos, Bruno Pavan e Rafael Silva
Ruas vazias, terminais de ônibus sem passageiros, estações de Metrô paralisadas e bancos, empresas, comércios e escolas fechadas. Este é cenário do estado de São Paulo na manhã desta sexta-feira, 14, dia da greve geral em todo país.
Trabalhadores de diferentes categorias e setores da sociedade cruzaram os braços contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro, por empregos e uma educação pública, de qualidade, com investimento público decente, sem cortes de verba.
Ao mesmo tempo, atos em praças públicas, em avenidas e periferias ocuparam o espaço legítimo de reivindicações e a voz do povo ecoou seu protesto na capital, região metropolitana, interior e litoral paulista.
A greve nesta manhã resultou na ampla adesão da sociedade, como avaliaram os dirigentes da CUT, CTB, Força Sindical, CGTB, CSB, UGT, Pública, Nova Central, CSP- Conlutas, Intersindical, confederações, federações e sindicatos filiados às centrais – todos organizadores desta mobilização que ocupa as ruas do país.
Entre as categorias que fizeram greve hoje em todo estado SP estão os servidores em âmbito federal, estadual e municipal; bancários; metalúrgicos; químicos e farmacêuticos; professores municipais, estaduais, de escolas técnicas e outros profissionais da educação; trabalhadores da saúde, dos Correios, motoristas, rodoviários, que atuam com transporte de carga e de fretamento, cobradores, urbanitários, metroviários, ferroviários, petroleiros, enfermeiros, psicólogos e outros trabalhadores da saúde, vestuário, previdenciários, portuários, eletricitários, de água e esgoto, gasistas, frentistas, rurais, hoteleiros, jornalistas, sociólogos, vidreiros, costureiras e gráficos.
Na área da educação, segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), houve paralisação de 70% das escolas no estado paulista. Na capital e no ABC, professores de universidades públicas, entre elas a USP e a UFABC, também fizeram greve.
Além da greve das categorias na capital, houve mobilização na zona sul de São Paulo nesta manhã. Trabalhadores e movimentos fizeram protestos no Largo Piraporinha, no Terminal João Dias e em frente à fábrica MWM, na Avenida Nações Unidas nº 2202. Também houve mobilização na ponte do Socorro.
Na Barra Funda, houve ação desde as 6h, no Largo Padre Péricles. Na zona leste, os protestos ocorreram no Largo São Mateus, no Terminal Sapopemba e em São Miguel, na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, conhecida como “Praça do Forró”. Na zona oeste, as ações foram na portaria 1 da Universidade de São Paulo e na Praça Jácomo Zanellana, na região da Lapa. Também aconteceu um ato no Elevado Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão, no centro da cidade.
O Terminal Parque Dom Pedro, um dos mais importantes da cidade, também começou esta sexta fechado por conta das mobilizações dos motoristas de ônibus. Além disso, a linha 1-Azul circulou da Saúde até a Luz, a 2-Verde da Vila Madalena até o Alto do Ipiranga, a 3-Vermelha da penha até a Marechal Deodoro e 15-Prata do monotrilho ficou fechada a manhã toda.
ABC
Na cidade de Mauá houve ato pela manhã, na Praça 22 de novembro, no centro. E em São Bernardo do Campo, às 8h, na Praça Santa Filomena. Diferentes categorias paralisaram nas sete cidades do ABC - Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
A paralisação contou com municipais, metalúrgicos (de montadoras e de autopeças), rodoviários, bancários, professores estaduais e do setor privado, trabalhadores da empresa de confecções Valisère/Filó e petroleiros da Recap, em Mauá.
Araçatuba
DivulgaçãoSindicatos realizaram um ato às 10h na Praça Rui Barbosa e no calçadão em Araçatuba. Participaram da atividade professores estaduais e de escolas privadas e profissionais da educação, ferroviários, aposentados e pensionistas, trabalhadores da construção civil e domésticas. A atividade também contou com a participação de movimentos sociais e partidos políticos.
Baixada Santista
Pela manhã paralisaram os trabalhadores portuários, bancários, comerciários, servidores públicos municipais de Santos, São Vicente, Cubatão e Praia Grande e professores das redes públicas e particulares.
Em Santos houve C, na Avenida Martins Fontes. De lá, os trabalhadores saíram em caminhada e se juntaram aos petroleiros na sede administrativa da Petrobras no centro. Em Peruíbe, às 10h, as ruas do centro foram tomadas por trabalhadores e estudantes que saíram em marcha pela cidade.
Em Peruíbe, ato contra a reforma da Previdência e cortes na educação começou às 10h na região central da cidade.
Bauru
A paralisação alcançou condutores de transporte coletivo; professores, servidores, docentes e alunos da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), bancários e servidores municipais. Pela manhã houve ato em frente à Câmara Municipal de Bauru.
Campinas
Na região de Campinas protestos em diversas empresas e ruas paradas mandaram o recado contra o desmonte da Previdência do governo Jair Bolsonaro.
Bloqueios aconteceram em frente a PUC-Campinas, na rodovia que liga Campinas à cidade de Paulínia com a Rodovia Dom Pedro I e na Rodovia Anhanguera, próximo à Bosch. Servidores municipais e trabalhadores da CPFL e de Furnas também estiveram na luta.
A partir das 17h, acontecerá um ato no Largo do Rosário, intitulada pelos movimentos pelo nome “Marielle Franco”, em Campinas.
Em Piracicaba, bancários e servidores municipais se engajaram no diálogo com a população no terminal central de ônibus para explicar o que está por trás da proposta de reforma da Previdência.
Paralisaram vidreiros, sapateiros, profissionais do sexo, frentistas, eletricitários, professores, metalúrgicos, químicos, trabalhadores da alimentação, comerciários e petroleiros.
Guarulhos
Trabalhadores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários no Transporte de Passageiros, Urbano, Suburbano, Metropolitano, Intermunicipal e Cargas Próprias de Guarulhos e Arujá em São Paulo (Sincoverg) paralisaram. A base da categoria é de 12 mil trabalhadores.
Itapeva
Trabalhadores do transporte, papeleiros, professores paralisaram as atividades nesta manhã. O MST fez panfletagens nas escolas do Assentamento Agrovila 1, em Itapeva.
Jundiaí
Trabalhadores da Viação Leme e Jundiaiense cruzaram os braços para dizer não à reforma da Previdência. No começo da tarde teve ato na Praça Nossa Senhora do Desterro.
Mogi das Cruzes
Houve mobilização no centro da cidade no Largo do Rosário (Praça da Marisa) com caminhada pela cidade até o prédio da Previdência Social, no centro. Todos os bancos foram fechados. Paralisaram hoje servidores municipais, bancários, professores e trabalhadores da educação e metalúrgicos. Hoje paralisação dos rodoviários e dos condutores dos ônibus intermunicipais durante um período da manhã.
Osasco
Bancos e comércios foram fechados e a educação paralisada. Outras categorias e movimentos sociais se somaram a uma passeata que saiu do Largo de Osasco, próxima à estação da CPTM, e caminharam pelas Ruas Antônio Agu e Primitiva Vianco e Avenida dos Autonomistas. Participaram aproximadamente 1000 pessoas junto com os movimento de moradia da cidade.
Presidente Prudente
Desde às 5 horas da manhã, os trabalhadores e estudantes estão na luta em Presidente Prudente. As primeiras mobilizações ocorreram na garagem de transporte coletivo Prudente Urbano e, ainda pela manhã, centenas de pessoas se reuniram para passeata com saída da Rotatória do Museu, passando pela Avenida Manoel Goulart até a Praça Nove de Julho, no centro da cidade.
Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto, sindicatos e movimentos se concentraram pela manhã na Câmara Municipal e saíram em caminhada pelo centro da cidade até a Prefeitura Municipal onde ocorreu um ato às 13h. Participaram da greve de hoje e da mobilização professores estaduais e de escolas privadas, ferroviários, bancários, comerciários, municipais de Ribeirão e de Sertãozinho, metalúrgicos, jornalistas, trabalhadores dos Correios, da saúde, da USP, do Judiciário, frentistas, eletricitários, hoteleiros, rurais, auditores fiscais, movimentos sociais e estudantes. Segundo a organização, o ato reuniu até 4.000 pessoas.
São Carlos
Em São Carlos, a mobilização ganhou a adesão de 6.000 trabalhadores metalúrgicos (Volkswagen, Tecumseh e Electrolux); químicos; rurais; servidores públicos municipais, estaduais e federais, além de trabalhadores do Judiciário, estudantes da UFSCar e da USP.
A mobilização teve dois pontos principais de concentração, sendo no Terminal Rodoviário e na Praça Itália, às 9h, com caminhada até a Praça do Mercado Municipal, onde ocorreu o ato principal.
São José do Rio Preto
Em São José do Rio Preto e Catanduva, o movimento de greve envolveu motoristas, professores, trabalhadores nas indústrias da fabricação de álcool, químicas e farmacêuticas, bancários, municipais, hoteleiros, estudantes e movimentos sociais.
O ato em Rio Preto teve cerca de 1.000 pessoas e em Catanduva cerca de 200 pessoas foram às ruas contra a política de desmonte do governo Bolsonaro e em defesa de uma aposentadoria justa.
Sorocaba
Os trabalhadores em transportes nos setores rodoviário, urbano, intermunicipal (suburbano), de fretamento e de cargas nas 42 cidades das regiões de Sorocaba, Itapetininga, São Roque e Itapeva (de Araçariguama até Itararé) participaram da greve geral. Eles são filiados ao Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região, que tem em sua base 15 mil trabalhadores.
Estudantes e trabalhadores realizaram ato na Praça Coronel Fernando Prestes, na região central de Sorocaba. Depois saíram em caminhada pelas ruas do entorno.
Vale do Paraíba
Na região do Vale do Paraíba milhares de trabalhadores também pararam em defesa das aposentadorias. Os servidores municipais de São José dos Campos fizeram um protesto com faixas coladas no portão do Paço Municipal da cidade.
O setor mais mobilizado foi o do transporte nas cidades de São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, que teve os ônibus circulando parcialmente desde às 8h da manhã. A garagem Sans Pena, em São José dos Campos, a Jacareí Transporte Urbano e a ABC Transportes, em Taubaté, responsáveis pelo transporte coletivo das cidades, pararam desde cedo.
Em Pindamonhangaba, as fábricas Novelis, LyondellBasell, Incomisa, Elfer, Oversound, Dart/Brasbar, Suvifer, Latasa e Koide estiveram paralisadas. Servidores municipais, metalúrgicos e químicos mobilizaram todo o Distrito Industrial do Feital na greve, envolvendo 1.500 trabalhadores só no turno da manhã, considerando apenas os contratos diretos.
Em Taubaté, os trabalhadores realizaram também ato na praça Dom Epaminondas, no centro da cidade. Nas indústrias dos distritos do Una e Piracaganguá, dos complexos Ford/GE e Volkswagen (VW), os trabalhadores aderiram à greve geral.
Outras categorias, como químicos, alimentação, construção civil e refeições coletivas engrossaram a paralisação contra a reforma da Previdência, contra os cortes na educação e contra o desemprego nesta sexta.