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Fala de novo comandante-geral da Polícia Militar de SP mostra despreparo do governo

Coronel Ronaldo Miguel Vieira diz que PM de SP vai parar 'todos os motociclistas' para identificar falsos entregadores

Publicado: 04 Maio, 2022 - 16h58 | Última modificação: 04 Maio, 2022 - 18h19

Escrito por: CUT São Paulo

CUT São Paulo
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É estarrecedora a fala do novo comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Ronaldo Miguel Vieira, que disse que a polícia vai abordar todos os motociclistas em uma medida de combate a roubos praticados por falsos entregadores. Vieira assumiu o cargo na terça-feira, 3 de maio, em cerimônia ao lado do governador Rodrigo Garcia.

Apesar de não ter deixado claro sobre como isso será feito, tal declaração evidencia o despreparo da Polícia Militar ao lidar com os desafios atuais de segurança pública, em mais uma demonstração de incapacidade do governo estadual, que está nas mãos do PSDB há 28 anos.

É necessário, sim, desenvolver medidas que combatam a onda de assaltos envolvendo falsos entregadores. No entanto, os trabalhadores e as trabalhadoras de entregas não podem pagar por isso. É preciso promover políticas que fortaleçam o setor de inteligência e tecnologia da Polícia, de forma que seja possível identificar os bandidos sem que todos os trabalhadores sejam marginalizados.

O trabalhador de aplicativo roda a cidade toda para garantir a entrega dos serviços contratados. Se ele for parado constantemente, várias vezes ao dia para revista, ficará inviável seguir trabalhando. Lembramos que muitas das plataformas exploram os motoboys, ao pagarem salários irrisórios, excluindo vínculos trabalhistas, o que significa não ter direitos em caso de acidentes, por exemplo.

É importante lembrar que os policiais militares também sofrem com a desvalorização da categoria, com baixos salários, a falta de concursos públicos para aumento do efetivo e redução da carga de trabalho em excesso, bem como os muitos casos de insegurança e depressão que atingem os policiais.

As gestões do PSDB sucatearam a corporação ao longo dos anos, com políticas voltadas a repercussões midiáticas e que pouco colaboraram com o enfrentamento da criminalidade. Essa nova medida de revistar os trabalhadores de entregas, se levada adiante, tem tudo para ser mais uma.

Os entregadores e as entregadoras merecem respeito!