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Em SP, trabalhadores atrasam entradas nas fábricas em mobilização contra reforma

Por todo o estado, foram registrados atividades contrárias à proposta de Jair Bolsonaro que impede o acesso à aposentadoria; Ato na Paulista ocorre às 17h

Publicado: 22 Março, 2019 - 13h57 | Última modificação: 22 Março, 2019 - 19h48

Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo

Roberto Parizotti/CUT
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Desde as primeiras horas da manhã desta sexta, 22, trabalhadores de diversas categorias atrasaram a entrada nas fábricas e empresas para discutir o projeto de reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL) que, se aprovado pelo Congresso, irá impedir o acesso à aposentadoria dos brasileiros.

Nas assembleias feitas nas portas das empresas, sindicalistas explicavam aos trabalhadores a importância de saírem às ruas para os atos programados nesta sexta em todo o estado, de forma a pressionar o governo a recuar da proposta e abrir diálogo com a classe trabalhadora. As atividades deste Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência estão sendo organizadas pelas principais centrais sindicais – como a CUT – e os movimentos que compõem as frentes Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular. Uma greve geral está prevista, caso o presidente Jair Bolsonaro (PSL) insista seguir com o projeto.

Roberto Parizotti/CUTRoberto Parizotti/CUT
Presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, e o secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, durante ato na Ford

Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, os metalúrgicos fizeram ato nos pátios da Ford e da Mercedes-Benz e depois saíram em caminhada pelas ruas da cidade até o Largo São João Batista. A ação teve o apoio de outras categorias da região, como químicos, servidores públicos, saúde, professores e contou com a presença de deputados estaduais. Os bancários fizeram ações nas agências da cidade.

“Começamos o dia com uma imensa demonstração de solidariedade da classe trabalhadora aos metalúrgicos da Ford. E isso é bom, pois fortalece a luta de todos. Também tivemos mobilização e manifestações em várias regiões do Estado com grande número de participantes, o que mostra que os trabalhadores não irão aceitar que a proposta do governo siga adiante”, diz o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

Também em São Bernardo, os vidreiros da indústria Wheaton Brasil fizeram assembleia antes de iniciarem os turnos. A categoria também dialogou na Cebrace, em Caçapava, e fez panfletagens na estação de Ferraz de Vasconcelos.

Já em Santo André, 30 escolas e creches amanheceram fechadas. Professores e educadores municipais aderiram à convocação do sindicato e demonstraram sua força na luta contra a reforma. No fim do dia, os trabalhadores se reuniram no Paço municipal para darem continuidade ao ato e acompanharem a assembleia sobre a campanha salarial da categoria.

Na capital paulista, os trabalhadores no serviço funerário da Vila Guilherme também discutiram as ações contra a reforma. Antes, na madrugada, muitas linhas de ônibus atrasaram suas saídas por 45 minutos em protesto à reforma.

Bancários de diversas agências de São Paulo realizaram reuniões e ações lúdicas para alertar os trabalhadores. Na zona leste, um caixão e uma pessoa fantasiada pelo personagem do filme “Pânico” mostraram como pode ser o futuro de muitos trabalhadores sem aposentadoria. Na zona norte, o jogo tiro na lata fez sucesso entre os presentes, que tentavam acertar os políticos que ameaçam trair os brasileiros. Já no centro de São Paulo, os bancários reproduziram o famoso game do sim ou não dos programas de auditório “patrão”.

SpBancáriosSpBancários
Bancários usaram do humor para alertar a população

Pelo interior, o ato em Presidente Prudente foi em frente à unidade local do INSS. Em Limeira, os servidores se reuniram em frente à prefeitura. E em São José do Rio Preto, a atividade ocorreu no calçadão do centro, assim como em Penápolis. Em Jacareí, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, a paralisação foi na porta da cervejaria Heineken. Mais tarde, também teve ato no centro da região. Os metalúrgicos do município de Matão também se mobilizaram nesta sexta.

Em São Carlos, os trabalhadores de diversas categorias caminharam pelas principais vias alertando a população sobre os ataques pretendidos pelo governo. Mogi das Cruzes teve caminhada pelas ruas do centro e em Ribeirão Preto o ato se concentrou na principal via da cidade.

Os gasistas também pararam na Elektro de Limeira, na Energisa de Presidente Prudente e na Comgás em São Paulo. Em Paulínia, os petroleiros e trabalhadores da construção civil na refinaria Replan pararam para debater.

Campinas registrou paralisação de diversas categorias, como professores da rede pública, servidores, metalúrgicos e eletricitários. O ato, com grande adesão da população, foi no Largo do Rosário, no centro, pela manhã. No fim da tarde, outra manifestação ocorreu no mesmo lugar. Também pela manhã, os trabalhadores na CPFL se reuniram para discutir a reforma. Em Americana, panfletagens foram feitas pelo centro, enquanto que em Bauru houve audiência pública sobre o tema na Câmara Municipal e uma passeata pela Avenida Rodrigues Alves. Em Araras, os servidores municipais também dialogaram com os trabalhadores sobre o impacto negativo da reforma da Previdência.

Trabalhadores da construção civil em Paulínia paralisaram as atividades

Piracicaba teve ato em frente ao INSS da cidade. Os bancários também montaram uma bancada para que a população fizesse uma simulação sobre como ficará a aposentadoria numa possível aprovação da proposta do governo. Em Mococa e Mogi Mirim, um caixão e um ator fantasiado de caveira circulou por vários pontos das regiões.

Pela madrugada, os condutores dos transportes públicos de Guarulhos panfletaram para os trabalhadores que chegavam nas garagens de ônibus. Também na cidade, os funcionários da construção civil atrasaram a entrada na empresa Gail e os funcionários e servidores da educação fizeram assembleia na sede do sindicato.

Osasco teve panfletagem na estação de trem da cidade e diálogo com os bancários do Bradesco na Cidade de Deus, matriz da empresa.

Atividade em OsascoAtividade em Osasco

No período da tarde, uma assembleia da Apeoesp irá ocorrer na Praça da República. Em seguida, os professores seguem até a Avenida Paulista para se unir ao ato previsto para iniciar às 17h.

70 mil na Avenida Paulista

No período da tarde, a Apeoesp realizou assembleia da categoria na Praça da República que reuniu mais de 10 mil professores e professoras. Em seguida, os participantes seguiram em marcha pela Rua da Consolação para se unir ao ato da Avenida Paulista, que teve às 17h, e foi organizado por todas as centrais sindicais do país.

O ato em frente ao Masp reuniu mais de 70 mil pessoas em esquenta para a greve geral que a CUT e demais centrais sindicais vão organizar se o governo insistir em manter a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 006/2019) que praticamente acaba com o direito à aposentadoria no Brasil.

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