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Em seminário, trabalhadores debatem respostas às emergências climáticas

Publicado: 03 Novembro, 2025 - 17h43 | Última modificação: 03 Novembro, 2025 - 17h45

Escrito por: CUT São Paulo

Foto: Elineudo Meira/Chokito-Sindsep-SP
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Teve início na manhã desta segunda-feira, 3 de novembro, o 3º Seminário Sindicalismo e Meio Ambiente, uma iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente da CUT São Paulo em parceria com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo (Sindsep-SP). O encontro, que ocorre no contexto das discussões em torno da COP30, tem como objetivo construir respostas e propostas da classe trabalhadora diante das urgências geradas pelas emergências climáticas.

Na mesa de abertura, participaram Raimundo Suzart, presidente da CUT-SP; Solange Ribeiro, secretária de Meio Ambiente da CUT-SP; Telma Victor, secretária de Formação da CUT-SP; Luciana Tahan, secretária de Formação do Sindsep-SP; e João Gabriel, presidente do Sindsep-SP.

Ao abrir o seminário, Solange Ribeiro destacou a importância de que os debates ambientais não se encerrem com a COP30, mas continuem como pauta permanente do movimento sindical.

“Precisamos garantir que as discussões sobre o meio ambiente sigam vivas depois da COP30. A classe trabalhadora deve estar inserida nesse debate, e os sindicatos precisam se envolver cada vez mais, pois as emergências climáticas já afetam diretamente o mundo do trabalho”, afirmou.

O presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart, criticou a exclusão dos movimentos sociais e sindicais das discussões oficiais da conferência internacional. “Infelizmente, fomos praticamente excluídos desse debate pelos altos custos e pela lógica de quem pode ou não participar. A presença da CUT será muito aquém do que já tivemos em outros eventos, o que mostra o quanto tentam afastar o povo dessas decisões”, declarou.

Suzart também apontou os impactos ambientais e sociais das políticas privatistas no estado de São Paulo. “O caso da Sabesp é emblemático. Após a privatização feita pelo governador Tarcísio de Freitas, a empresa passou a buscar o lucro a qualquer custo, deixando de lado o atendimento às populações mais pobres. Além disso, São Paulo tem vivenciado o avanço das plantações de eucalipto, que sugam grandes volumes de água e agravam a escassez hídrica no estado. Precisamos sair daqui com políticas concretas para debater nas eleições e enfrentar esse modelo predatório”, defendeu.

A secretária de Formação da CUT-SP, Telma Victor, ressaltou que a luta ambiental é também uma pauta de classe e deve estar no centro da formação sindical.

“O meio ambiente já faz parte da nossa pauta de formação e precisa ser compreendido como uma questão política e de classe. Defendemos uma transição justa, que garanta emprego digno, proteção social e participação popular. Não é possível falar de futuro sustentável sem colocar o trabalhador e a trabalhadora no centro desse processo”, afirmou.

Na mesma linha, Luciana Tahan, do Sindsep-SP, reforçou a necessidade de manter a mobilização mesmo após o fim da COP30. “Nas próximas semanas vamos ouvir muito sobre meio ambiente, mas depois que o evento passar, é fundamental seguir com consciência e luta. Nosso papel vai muito além de ações individuais — não adianta usar copo de papel e votar em ruralista. Precisamos garantir condições para que os serviços públicos possam atuar na fiscalização e na defesa do meio ambiente”, disse.

Encerrando a mesa de abertura, o presidente do Sindsep-SP, João Gabriel, apontou o conflito central entre a lógica do lucro e a preservação ambiental. “Há uma negação sistemática de tudo o que está em debate na COP30 porque isso ameaça os interesses do capital. Esses setores estão preocupados apenas com o lucro imediato, sem pensar nas próximas gerações. A batalha que enfrentamos é também uma batalha contra quem quer explorar os recursos naturais até o limite, sem se importar com os danos que isso trará ao planeta e à humanidade”, afirmou.

O seminário segue com mesas de discussão, oficinas e grupos de trabalho, com o objetivo de formular propostas da classe trabalhadora para enfrentar a crise climática e defender uma transição ecológica justa, popular e soberana.