CUT-SP repudia gestão Nunes pelo afastamento de 25 diretores de escolas
Em nota, Central aponta preocupação com a medida da Prefeitura de São Paulo que, ao nomear ‘interventores’ para unidades remonta os tempos sombrios e de autoritarismo
Publicado: 26 Maio, 2025 - 18h11 | Última modificação: 26 Maio, 2025 - 18h20
Escrito por: CUT São Paulo

A Direção da CUT São Paulo repudia veementemente a decisão da Prefeitura de São Paulo de afastar compulsoriamente 25 diretores de escolas públicas da rede municipal da capital, com convocação para participarem até o final deste ano de um programa de “requalificação”, conforme publicação no Diário Oficial da última sexta-feira (23).
Para a Central, trata-se de uma medida preocupante, pois a administração paulistana, ao afastar esses diretores, nomeia ‘interventores’, nomenclatura que remete a um passado sombrio e de autoritarismo da história do Brasil.
É inaceitável intervenção nas escolas da rede pública municipal da capital, de quaisquer outras cidades paulistas ou da rede estadual, mas que nessas sejam registrados indicadores de baixo desempenho, o que não é o caso dessas 25 escolas, até porque algumas delas são vencedoras de prêmios municipal, nacional e internacional.
Importante lembrar que a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) não tem respondido à uma pauta fundamental para oferecer uma educação de qualidade na cidade, que é a construção de novas escolas, a redução de alunos por sala de aula, a realização de concursos públicos para contratação de mais professores e auxiliares técnicos-administrativos (ATE), além do aumento dos valores de recursos financeiros que são transferidos às escolas municipais para que elas possam fazer melhorias e atender as suas necessidades específicas, inclusive para implementação de projetos pedagógicos, desenvolvimento de atividades educacionais, contratação de serviços, compra de materiais, manutenção e pequenos reparos, que são ações que de fato impactam diretamente no desempenho dos indicadores do IDEB (indicador nacional) e IDEP (indicador municipal).
Por isso, é inadmissível tal medida, pois com essa ação a gestão Nunes busca intervir na rede de ensino culpando os profissionais da rede pública que tem se desdobrado diariamente para atender os estudantes. Lamentável que, ao invés de investir em políticas pública de educação, melhorias na infraestrutura das escolas e promover a valorização dos educadores, a Prefeitura prefira precarizar as condições de trabalho de professores, coordenadores e diretores e avançar em propostas que abrem caminhos para a privatização de escolas, a partir da terceirização dos serviços.
É inaceitável que uma política pública como o IDEB, criada pelo governo Lula em 2007, cujo missão sempre foi ajudar a gestão a avaliar seus desafios para a melhora da qualidade de ensino, seja usada para perseguir gestores escolares. É necessária uma manifestação do Ministério da Educação em defesa dos 25 diretores perseguidos por Ricardo Nunes e por seu secretário Fernando Padula.
A CUT-SP se solidarizacom os 25 diretores afastados e soma às lutas dos sindicatos CUTistas do serviço público, das comunidades escolares e dos movimentos sociais, reafirmando o compromisso na defesa dos direitos dos profissionais da educação pública, da escola pública gratuita e de qualidade para todos e todas e com as lutas contra as privatizações e as terceirizações no serviço público.
São Paulo, 26 de maio de 2025.
Direção da CUT São Paulo