CUT-SP relança Canal de Denúncias contra o racismo no trabalho
Publicado: 04 Julho, 2025 - 17h04
Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo

A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP) está relançando o seu Canal de Denúncias contra o Racismo no Mundo do Trabalho, uma iniciativa que visa combater a discriminação racial nos ambientes profissionais em todo o estado. A nova fase do projeto será retomada neste mês de julho de 2025.
Criado inicialmente em 2020, o canal foi pioneiro no acolhimento de denúncias de racismo no trabalho e agora retorna com estrutura ampliada e fortalecimento do atendimento jurídico gratuito. O objetivo é oferecer suporte às vítimas e cobrar providências legais contra as práticas racistas que ainda persistem nas relações de trabalho no Brasil.
“A CUT-SP reforça que o combate ao racismo é parte essencial da luta sindical e que não é possível falar em justiça social sem justiça racial. O relançamento do canal reafirma o compromisso da Central com a defesa da igualdade e da dignidade da classe trabalhadora negra”, afirma Rosana Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP. Ao lado dela, a secretária de Assuntos Jurídicos, Vivia Martins, também atua na iniciativa.
O canal conta com uma equipe de advogados e advogadas, por meio da parceria com a Cascone Advogados Associados, que acompanhará cada caso relatado, garantindo acolhimento, sigilo e encaminhamentos jurídicos adequados. Trabalhadores e trabalhadoras que sofrerem ou presenciarem situações de racismo no trabalho podem fazer suas denúncias por telefone ou e-mail.
A orientação é que, ao relatar o caso, sejam enviados o maior número de informações possível, como data, local, nome da empresa, descrição da situação e, se houver, a existência de testemunhas.
Mercado de trabalho
Apesar da população negra ser maioria no país, 56,1% de acordo com o IBGE, em dados de 2023, mulheres e homens negros seguem possuem dificuldades na obtenção de empregos formalizados.
O relatório “A inserção da população negra no mercado de trabalho”, produzido pelo Dieese a partir de dados da Pnad Contínua, mostra que 46,1% da população negra trabalhava informalmente. Dentre as mulheres, 46,5% trabalhavam sem carteira assinada e não contribuem com a Previdência Social.
O rendimento também mostra o tamanho do abismo: mulheres negras ganhavam 34,4% menos do que mulheres não negras. E homens negros ganhavam 40,2% menos que os homens não negros.
Como denunciar:
Telefone: (11) 2108-9173
E-mail: [email protected]