CUT-SP contribui em conferências municipais do Meio Ambiente
Em São Paulo e Santos, participantes relatam falta de organização e pouco tempo para aprofundamento dos debates das propostas na etapa municipal
Publicado: 21 Janeiro, 2025 - 12h13 | Última modificação: 21 Janeiro, 2025 - 12h26
Escrito por: Laiza Lopes - CUT São Paulo

Diversos municípios de São Paulo realizaram a etapa municipal da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que tem como objetivo encaminhar propostas de combate aos problemas relacionados às mudanças do clima em cinco eixos temáticos: mitigação; adaptação e preparação para desastres; justiça climática; transformação ecológica e; governança e educação ambiental.
Na cidade de São Paulo, a conferência foi realizada no sábado, 18, com o tema "Emergência Climática: Os desafios da transformação ecológica". Representantes da CUT São Paulo participaram deste momento e apontam falhas em relação à condução da dinâmica, que teve como comissão organizadora membros de diversas secretarias da Prefeitura do Município de São Paulo.
Um dos pontos levantados pelos participantes é que, nos trabalhos em grupo, não houve previsão de elaboração separada de propostas de ações socioambientais de âmbito municipal, estadual e federal.
“A não previsão de elaboração separada de propostas socioambientais de âmbito municipal, estadual e federal gerou confusão e empobrecimento do debate de propostas que poderiam ser mais bem elaboradas de acordo com a realidade de cada local e ente federativo. A falta de separação levou, por fim, a crer que as propostas de mitigação de emissão de Gases de Efeito Estufa devem ser direcionadas apenas ao governo federal, isentando a Prefeitura de São Paulo, bem como o Governo do Estado de São Paulo, de implementar uma Política de Mudança do Clima”, avalia a Secretária de Meio Ambiente da CUT-SP, Solange Ribeiro, que esteve presente no debate.
Outro fator que atrapalhou a fluidez do debate das propostas foi a necessidade de utilização de aplicativos online para a votação das propostas e delegados. Os integrantes tiveram dificuldade no acesso. “Com isso, a priorização das propostas foi realizada por meio de leitura individual - cada um em seu próprio aparelho celular - e votação, empobrecendo o processo”, completa Solange.
A cidade de São Paulo ainda não divulgou os delegados e delegadas eleitos para a etapa estadual da Conferência.
Em Santos, a Conferência também ocorreu no último sábado, 18. Representantes de sindicatos e movimentos sociais ocuparam este espaço de participação popular. Segundo eles, faltou mais tempo para o aprofundamento dos debates das propostas, que deveriam ser feitos em, no mínimo, dois dias.
Carlos Riesco, coordenador da CUT-SP subsede Baixada Santista, marcou presença e levou as propostas desenvolvidas na Conferência Livre da entidade estadual em novembro de 2024. “Após 11 anos, estamos retomando a participação popular com essa Conferência, vamos continuar pressionando para que esses espaços continuem se fortalecendo” afirma o dirigente.

A etapa municipal é de responsabilidade da administração local e faz parte da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente - que é promovida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, e conta com ações que estão sendo realizadas no país desde o ano passado, e que vão até maio deste ano. A Conferência é uma oportunidade de a população estar conectada e participar ativamente na construção de alternativas disponíveis para este contexto de mudanças climáticas.
Confira a agenda das Conferências:
As etapas da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente serão realizadas entre os dias 03 e 14 de março de 2025, seguindo o seguinte calendário:
I – Etapas preparatórias:
- a) Conferências Municipais/Intermunicipais: 11 de junho de 2024 a 25 de janeiro de 2025;
- b) Conferências Livres (facultativas, a serem definidas pela Comissão Organizadora): 11 de junho de 2024 a 25 de janeiro de 2025; e
II – Etapa Estadual: entre os dias 03 e 14 de março de 2025.
III - Etapa nacional: 6 a 9 de maio de 2025.