CUT e demais centrais pressionam por redução de juros em ato em frente ao BC
Mobilização realizada nesta terça-feira (18) cobra o presidente do Banco Central, Campos Neto, para diminuição consistente da taxa Selic
Publicado: 18 Junho, 2024 - 15h57 | Última modificação: 18 Junho, 2024 - 16h44
Escrito por: Laiza Lopes - CUT São Paulo

Às vésperas da divulgação da nova taxa Selic pelo COPOM, a CUT e as demais centrais sindicais UGT, CTB, CSB, Força Sindical, A Pública e Intersindical-Central da Classe Trabalhadora, realizaram um ato contra os juros altos nesta terça-feira (18), em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista.
"Os juros altos têm impacto direto nos trabalhadores e trabalhadoras, é um efeito cascata, já que a alta encarece os preços e empurra o consumo para baixo. Com o comércio enfraquecido, a produção diminui e as empresas empregam menos pessoas. Precisamos pressionar para que a taxa seja reduzida de forma consistente", defende Raimundo Suzart, presidente da CUT-SP.
Os participantes da manifestação cobraram do chefe do Banco Central, Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A quem interessa o Campos Neto boicotar a economia, atrapalhando o desenvolvimento e inclusão do povo brasileiro? O Banco Central deveria ser do interesse do Brasil, não ficar à mercê dos interesses da elite e do capital”, pontua Daniel Calazans, secretário-geral da CUT-SP, durante o ato.
A postura do chefe do BC tem sido criticada pelo presidente Lula. “O presidente do Banco Central não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar”, disse Lula em entrevista à CBN nesta terça-feira (18).
A redução da taxa Selic é uma luta da CUT e das demais centrais sindicais, já que a atual taxa de 10,50% ao ano ainda é uma das mais altas do mundo. O mercado defende que a alta é para controlar a inflação, porém, diversos estudos apontam que juros altos prejudicam a população brasileira, especialmente as mais pobres, que pagam a taxa alta em financiamentos, cartão de crédito e demais operações financeiras.
A Selic é norteadora de todos os demais juros, tanto para quem recebe, quanto para quem paga. O Comitê de Política Monetária (Copom) vem reduzindo a taxa a passos lentos. Desde agosto do ano passado, a Selic estava sendo reduzida a meio percentual, mas em maio, na última decisão, a queda foi de apenas 0,25%.
Entre os dias 18 e 19, o COPOM deve se reunir para apresentar a nova taxa, que costuma ser definida a cada 45 dias.