CUT cobra revogação da reforma do Ensino Médio em protesto na Avenida Paulista
Diferentes organizações criticam que a escola pública ficará em desvantagem com a nova proposta aprovada por meio da Medida Provisória 746, de 2016
Publicado: 22 Março, 2023 - 18h45 | Última modificação: 22 Março, 2023 - 21h02
Escrito por: Rafael Silva e Vanessa Ramos - CUT São Paulo

Diferentes organizações, entre as quais a CUT e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), protestaram em frente ao vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) nesta quarta-feira (22), na Avenida Paulista, pedindo a revogação da reforma do Ensino Médio.
Novas disciplinas e flexibilização de parte do currículo dos alunos estão entre as mudanças propostas pela reforma. Além disso, os profissionais da educação também exigiram reajuste do piso salarial nacional dos professores.
A reforma do ensino média é prevista na Medida Provisória (MP) nº 746, de 22 de setembro de 2016, convertida posteriormente na Lei nº 13.415 de 2017, a qual institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, alterando as leis de nº 9.394, de dezembro de 1996, e de nº 11.494, de junho de 2007.
Deputada Maria Izabel Azevedo Noronha, mais conhecida como professora Bebel, presidenta da Apeoesp, falou sobre os ataques à educação e sobre a necessidade de garantir ensino de qualidade para todos os estudantes.
“Esse 'novo' ensino médio é uma farsa. Prometeram um falso protagonismo estudantil, mas, na verdade, o que temos é uma educação de qualidade rebaixada e um currículo mínimo nas escolas públicas que acaba com o acesso a um direito conquistado aos filhos e filhas da classe trabalhadora, ampliando a distância para as boas escolas privadas. Queremos direitos educacionais iguais para todos”, afirmou.

Vários sindicalistas da CUT-SP como o presidente Douglas Izzo, a secretária de Formação, Telma Victor, e o coordenador da subsede da Central na Baixada Santista, Carlos Riesco, estiveram presentes no protesto da Avenida Paulista para falar sobre como enxergam a nova reforma e adiantaram que novos protestos estão sendo organizados no estado de São Paulo.
“Construímos um calendário de mobilização durante todo ano de 2023 porque a unidade entre estudantes, professores, pais e mães e trabalhadores dos vários segmentos da sociedade é que derrotará essa ‘reforma’ do ensino médio que veio para desqualificar, esvaziar e trazer uma escola sem conteúdo com prejuízos aos alunos que pretendem logo adiante dar continuidade ao ensino universitário”, disse Izzo.