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Campanha dos Bancários 2024: Fenaban insiste em impor perdas para os bancários

Comando reitera: categoria só aceita aumento real. Fenaban voltou para a mesa de negociação desta terça-feira 27, a décima rodada da Campanha, insistindo em proposta rebaixada para o reajuste dos bancários 2024

Publicado: 28 Agosto, 2024 - 10h32 | Última modificação: 28 Agosto, 2024 - 10h42

Escrito por: Redação - Bancários SP

Willy Roberto
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A Fenaban voltou para a mesa de negociação desta terça-feira 27, a décima rodada da Campanha, insistindo em proposta rebaixada para o reajuste dos bancários 2024.

Primeiro ofereceu 90% da inflação para os salários, o que representaria perda salarial de 0,38% para os trabalhadores (considerando a estimativa de 3,91% para o INPC na data base da categoria). Depois, piorou a proposta: os 90% do INPC viriam apenas em janeiro.

E por último, propôs a reposição de 100% da inflação, mas também apenas em 1º de janeiro de 2025. O Comando rejeitou todas as propostas prontamente, e reforçou que a categoria só aceitará proposta de reajuste que venha com aumento real.

“A proposta final da Fenaban no dia de hoje representaria uma perda de R$ 1,2 bilhão para os trabalhadores, considerando salários, segunda parcela do 13º, vale alimentação e vale refeição e antecipação da PLR. Ou seja, além de não repor o poder de compra e valorizar a remuneração da categoria, ainda faz uma proposta indigesta, bem na véspera do Dia dos Bancários, que deveria ser um dia de comemoração pela contribuição dos trabalhadores aos altos lucros do setor”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, uma das coordenadoras do Comando.

Se para os bancários a proposta é de perdas, para os altos executivos não tem miséria. Estudo Liderança Empresarial 2024, da Vila Nova Partners, divulgado pelo Valor, mostra que, de 83 empresas com ações na Bovespa, o setor com maior remuneração foi o financeiro, com valores de até R$ 67 milhões por ano para seus executivos.

Choram de barriga cheia

A Fenaban tentou defender o indefensável: que os bancos sofrem com as condições do mercado. Primeiro, culparam as despesas com pessoal por encarecerem os produtos bancários, depois culparam a concorrência no setor e, por fim, chegaram a culpar as conquistas da CCT pela redução de postos de trabalho nos bancos.

O Comando rebateu cada uma das absurdas alegações com dados: mesmo que as despesas de pessoal dos bancos sejam superiores que as cooperativas e instituições de pagamento, as receitas dos bancos são 15 vezes maiores que das cooperativas e 123 vezes maiores que das instituições de pagamento, segundo dados dos balanços do 1º trimestre de 2024.

Destacou ainda que, enquanto todo o ramo financeiro segue apresentando aumento nas contratações, os bancos estão utilizando o processo tecnológico como estratégia para demitir e contratar trabalhadores terceirizados e autônomos.

“Em um país em que dois da lista dos cinco novos bilionários da Forbes em 2024 são banqueiros, em que entre as 10 maiores empresas do país, cinco são bancos, além de desrespeitar o trabalhador com esses apontamentos, a Fenaban não demonstra ter compromisso com o desenvolvimento do país”, destacou Juvandia Moreira, voltando a lembrar que, só em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões. “Estamos falando de lucro, já descontados impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos”, completou.

Mobilização

O Comando dos Bancários tirou Dia Nacional de Luta nesta quarta-feira 28 e assembleia para o dia 4 de setembro. Também informou à Fenaban que todos os seus integrantes estarão em São Paulo até esta sexta, à disposição para avaliar uma proposta de aumento real e deixou claro que estão esgotando todas as possibilidades de fechar a Campanha em mesa.

O Sindicato está convocando plenária para esta quinta-feira, às 19h, no Auditório Azul de sua sede (Rua São Bento, 413, Centro), para organizar a mobilização. “É importante que todos participem e registrem a sua indignação diante da proposta rebaixada dos bancos”, convida Neiva.

Uma nova rodada de negociação entre Comando e Fenaban acontece nesta quarta-feira 28, a partir das 10h.

Saiba como foram as mesas de negociação até o momento

  • primeira mesa discutiu empregos;
  • segunda mesa debateu cláusulas sociais - em especial teletrabalho, tecnologia e jornada de 4 dias;
  • terceira mesa debateu igualdade de oportunidades;
  • quarta mesa foi sobre PCDs, neurodivergentes e segurança bancária;
  • quinta mesa foi sobre saúde e condições de trabalho;
  • sexta mesa iniciou o debate sobre as cláusulas econômicas;
  • sétima mesa continuou o debate sobre as cláusulas econômicas;
  • na oitava mesa a Fenaban propôs retiradas de direito;
  • e na nona mesa a Fenaban propôs reajuste abaixo da inflação.

O conteúdo foi originalmente publicado no site do Sindicato dos Bancários. Acesse aqui