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Bancários aprovam proposta Fenaban, com aumento real e avanços em cláusulas sociais

A votação se deu por meio de assembleia virtual, que iniciou às 20h de quarta-feira, 4, e se encerrou às 20h desta quinta-feira, 5. Com a aprovação, o reajuste dos bancários 2024 será de 4,64%

Publicado: 06 Setembro, 2024 - 11h34 | Última modificação: 06 Setembro, 2024 - 15h52

Escrito por: Redação SPBancários

Reprodução
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Os bancários e bancárias da base do Sindicato de São Paulo, Osasco e Região aprovaram, com 69,27% dos votos, a proposta da Fenaban para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, no âmbito da Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2024 (campanha salarial dos bancários 2024).

A votação se deu por meio de assembleia virtual, que iniciou às 20h de quarta-feira, 4, e se encerrou às 20h desta quinta-feira, 5. Com a aprovação, o reajuste dos bancários 2024 será de 4,64%.

Entenda

A proposta aprovada prevê acordo de dois anos. Para 2024, reajuste de 4,64% para salários, VA e VR, PLR e todas as demais verbas, o que representa 0,7% de aumento real, considerando uma projeção de inflação de 3,91%. O aumento real poderá ser maior, caso a inflação seja menor em agosto (o INPC oficial sai somente em 10 de setembro). Lembrando: o reajuste bancários 2024 é retroativo à data base da categoria: 1º de setembro.

Para 2025, o aumento real está garantido. O reajuste bancário será composto da reposição da inflação (INPC), mais ganho real de 0,6% sobre salários e todas as demais verbas.

Além disso, o acordo aprovado pela categoria prevê a antecipação da PLR para setembro, a antecipação do pagamento da 13ª cesta alimentação para outubro e avanços em dez novas cláusulas sociais (leia abaixo).

Os bancários disseram sim à proposta Fenaban porque entenderam que ela trouxe avanços. Essa foi uma das Campanhas mais desafiadoras dos últimos anos. Foram 13 rodadas com os bancos tentando impor perdas aos trabalhadores. Dispostos a retirar direitos, dividir a categoria com reajustes diferenciados por faixas salariais, insistindo em índices rebaixados e no desrespeito à nossa data-base. Propuseram reajustes abaixo da inflação, propuseram reajustes apenas em outubro, novembro e até mesmo janeiro de 2025. Os bancários, que acompanharam as notícias das mesas nos nossos canais de comunicação e estiveram juntos na nossa mobilização, nas ruas e nas redes, sabem o quanto resistimos para reverter as propostas iniciais rebaixadas e conquistar um acordo com aumento real para este ano e para 2025, com a manutenção de todos os direitos previstos na nossa CCT e com a conquista de mais 10 cláusulas.”

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

As dez novas cláusulas conquistadas representam avanços no combate ao assédio moral, ao assédio sexual e a outras formas de violência no trabalho; compromisso com a isonomia salarial entre homens e mulheres; promoção do acesso e permanência de pessoas LGBTQIA+ nos bancos; iniciativas de requalificação para que os trabalhadores se adaptem às mudanças tecnológicas, com ênfase nas mulheres; realização de um novo Censo da Diversidade, dentre outras.

“Nossa CCT já é uma referência no movimento sindical. Das mais de 100 cláusulas, 85% garantem direitos acima do que determinam as leis trabalhistas. Além disso, já éramos referência em cláusulas que promovem igualdade de oportunidades e, após as negociações dessa Campanha, avançamos ainda mais na promoção da diversidade e no combate à discriminação e a violências no ambiente de trabalho”, ressalta a dirigente.

“Um dos grandes avanços desse acordo, por exemplo, é que os bancos, pela primeira vez na história, concordaram em usar na CCT o termo ‘assédio moral’. Essa era uma luta antiga nossa, mas eles sempre resistiram. Sabemos que o assédio moral é uma realidade generalizada nos bancos e sabemos o quanto isso adoece os trabalhadores. Ter o termo escrito na CCT é uma conquista importante porque é uma forma de os bancos admitirem a gravidade do problema”, acrescenta.

Com a proposta aprovada, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2024/2026 deverá ser assinada nos próximos dias.

Saiba mais sobre as novas conquistas

 

Verba de requalificação

  • Reajuste de 8%, com isso o valor passa a ser R$ 2.285,84.

Piso de contínuos e pessoal da portaria

  • Reajuste salarial de 15%.

Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho

  • Pela primeira vez, os bancos concordaram em incluir explicitamente o termo "assédio moral" nas negociações, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria;
  • Ficou estabelecida uma manifestação de repúdio contra qualquer tipo de violência no ambiente de trabalho, reforçando o compromisso com um ambiente seguro e respeitoso;
  • Criação de um canal de apoio dedicado às vítimas e de um canal específico para denúncias de assédio e outras formas de violência, que incluirá atendimento às bancárias vítimas de violência doméstica.

Mulheres na tecnologia

Devido à queda no número de mulheres na categoria, em especial devido ao avanço da tecnologia, onde elas ainda são minoria, o comando cobrou e conquistou:

  • Concessão de 3.000 bolsas de curso para capacitar mulheres, pessoas trans e PCDs em programação, visando aumentar a representatividade feminina no setor tecnológico, realizado pela Progra{maria}.
  • Além disso, 100 bolsas serão oferecidas para programa intensivo de aprendizagem, voltado para a formação avançada de mulheres na tecnologia, realizado pela Laboratória.
  • Ex-bancárias poderão participar dos cursos
  • As indicações para as vagas terão também a participação dos sindicatos de todo o país

Pessoas com Deficiência (PCDs)

  • Concessão de abono de ausência para conserto ou reparo de próteses, garantindo que trabalhadores com deficiência possam atender às suas necessidades sem prejuízo.

Prevenção à violência contra a mulher bancária

  • Implementação de um canal de apoio exclusivo e outras medidas específicas para proteger as mulheres bancárias contra violência, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro.

Combate à violência contra a mulher na sociedade

  • Os bancos se comprometem a manifestar publicamente o repúdio à violência contra a mulher, além de disseminar informações e recursos para apoiar a prevenção desse tipo de violência.

Igualdade salarial entre homens e mulheres

  • Compromisso com a igualdade salarial entre gêneros.
  • Adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença-paternidade de 20 dias.

Mudanças climáticas e calamidades

  • Em caso de desastres naturais ou outras calamidades, será garantida a criação de um Comitê de Gestão de Crise, quando solicitado pelo Comando Nacional dos Bancários.
  • O comitê terá a autorização prévia para tomar decisões necessárias que assegurem a proteção e os direitos dos bancários afetados.
  • Implementação de medidas trabalhistas específicas durante situações de calamidade para assegurar vida e o bem-estar dos trabalhadores.

Censo da categoria 2026

  • A Fenaban se comprometeu a planejar em 2025 e realizar até o final de 2026 uma nova edição do Censo da Diversidade do Setor Bancário, para mapear e promover a diversidade no setor.

Inteligência artificial e requalificação

  • Iniciativas de requalificação profissional para adaptar a força de trabalho às novas demandas tecnológicas.

LGBTQIA+, com destaque para pessoas transgênero

  • Os bancos reforçam seu repúdio à discriminação e garantem o uso do nome social para pessoas transgênero, antes mesmo da obtenção do registro civil, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo.

 

Texto originalmente publicado no site do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. Acesse aqui.