MENU

5º Encontro de Comunicação da CUT-SP amplia unidade dos jornalistas sindicais

Evento reuniu dirigentes sindicais e jornalistas na cidade de São Paulo

Publicado: 28 Junho, 2022 - 22h36 | Última modificação: 28 Junho, 2022 - 22h52

Escrito por: Vanessa Ramos e Rafael Silva - CUT-SP

Dino Santos/CUT-SP
notice

Fortalecer o diálogo com a sociedade, enfrentar as fake news, apoiar as brigadas digitais e divulgar os comitês populares de luta. Esses foram os eixos trazidos por dirigentes e jornalistas sindicais paulistas no dia 22 de junho, durante o 5º Encontro de Comunicação da CUT-SP, realizado no formato presencial no auditório da entidade, à Rua Caetano Pinto, 575, no Brás, centro da capital paulista.

Coordenador do encontro, o secretário de Comunicação da CUT São Paulo, Belmiro Moreira, falou sobre a importância da comunicação sindical para o diálogo com a classe trabalhadora. Citou o impacto das reformas trabalhista e da Previdência e a redução de investimentos públicos no Brasil em áreas essenciais como saúde, educação e assistência social.

“Temos um povo cansado, em um país que vê o presidente da República retirar direitos sociais, homenagear torturador e colocar a cara e a mão no fogo por ministro, como o que foi preso. Os comitês de luta são, assim, novos espaços de trocas entre as pessoas, um lugar para falar e ser ouvido, que reúne uma população desempregada, que passa fome e busca formas de sobreviver diante de um governo que ampliou a desigualdade social nos últimos anos ”, disse.

Fotos: Dino Santos/CUT-SPFotos: Dino Santos/CUT-SP

Presidenta da CUT São Paulo, Telma Victor destacou a atual conjuntura do país, na qual o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) se utiliza de narrativas duvidosas para manter uma base de apoiares. Nesse sentido, a comunicação popular precisa fazer o contraponto e apresentar as reais informações.

“Estamos numa conjuntura em que a raiva e o ódio estão presentes, reforçados por um presidente que prega a narrativa da mentira e promove ataques à classe trabalhadora”, afirmou a dirigente.

Brigadas Digitais

Secretário de Comunicação da CUT Brasil, Roni Barbosa, participou da mesa de abertura do encontro e falou sobre a participação dos trabalhadores e das trabalhadoras no projeto Brigadas Digitais da CUT, ferramenta cujo objetivo é modernizar e agilizar a comunicação da Central com os milhares de dirigentes, militantes e assessores que fazem parte das entidades filiadas.

Nesta etapa do projeto, a proposta é organizar a classe trabalhadora para também cobrar direitos utilizando o espaço virtual, numa extensão do que já ocorre nos locais de trabalho e nas ruas. "Cada vez que a nossa comunicação chega na ponta, para o trabalhador, ela incomoda a direita", disse o secretário.

Já o secretário-geral da CUT-SP, Daniel Calazans, pontuou as ações que a entidade tem promovido de forma mais descentralizada dos grandes centros urbanos. O dirigente citou o projeto “CUT Nos Bairros”, ação itinerante que tem circulado nas periferias de São Paulo, onde não existem equipamentos públicos de cultura, levando entretenimento, diálogo com a comunidade e serviços para os trabalhadores e suas famílias.

"Estamos dialogando com a sociedade em nosso projeto CUT nos Bairros, indo até as periferias das cidades. A comunicação sindical cumpre papel fundamental nesse sentido, de falar sobre os desafios vividos pela classe trabalhadora", disse Calazans.

Comunicação popular

A jornalista e professora de história, Claudia Santiago, fundadora e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação e referência na luta pela democratização da comunicação, falou sobre o papel da comunicação popular e sindical em ano de eleições, tratando sobre a defesa da democracia em um cenário de fake news.

Em vídeo produzido com exclusividade para o encontro, Claudia ressaltou o papel da comunicação popular, em especial da que é realizada pelos sindicatos. “Temos uma possibilidade [de transformação] muito grande, pois a comunicação sindical está no país inteiro, em contato com os trabalhadores e as trabalhadoras, e temos profissionais que ajudam a fazer essa comunicação. E comunicação sempre existiu, pois não existe luta política sem ela. Os sindicatos precisam muito da comunicação para existirem e travarem as suas lutas.”

Como exemplo, a jornalista citou o período crítico da pandemia de covid-19, quando muitos sindicatos tiveram de reorganizar a estrutura de comunicação para poder chegar aos trabalhadores. “Durante a pandemia, a comunicação sindical deu um show. Nós aprendemos, reaprendemos, nos viramos e nos transformamos para produzir conteúdos e ocupar as redes sociais com lives, programas e filmes. E isso foi muito importante, pois o Brasil é vice mundial em utilização das redes sociais”, lembrou.

Após o vídeo, os participantes se dividiram em grupos para discutir e propor formas de aperfeiçoar as ações de comunicação realizadas em parceria entre os sindicatos e a CUT-SP. As propostas, trazidas pelas entidades, serão consideradas nas dinâmicas da comunicação sindical em SP.

O 5º Encontro de Comunicação teve a participação de diversos ramos, como bancários, jornalistas, rodoviários, trabalhadores das autarquias de fiscalização, trabalhadores da seguridade social, servidores públicos municipais e estaduais da saúde, da construção civil, trabalhadores em comércio hoteleiro e professores da rede pública e privada. Estiveram presentes representantes das cidades de Campinas, Santos, Jundiaí, Guarulhos, do Grande ABC e capital.