40 anos da CUT são celebrados na Câmara Municipal de São Paulo
Sessão solene, de autoria do vereador Hélio Rodrigues, contou com a participação de sindicalistas e parlamentares
Publicado: 12 Setembro, 2023 - 21h38 | Última modificação: 12 Setembro, 2023 - 21h47
Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo, com informações do Sindsep-SP
Dando continuidade à série de homenagens que a Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CUT) tem recebido por ocasião dos 40 anos de fundação, a Câmara Municipal de São Paulo realizou sessão solene, na última segunda-feira, 11, solicitada pelo vereador Hélio Rodrigues (PT).
A solenidade reuniu dirigentes sindicais da CUT Brasil e CUT-SP, parlamentares e ativistas políticos da cidade, que recordaram momentos importantes de luta da classe trabalhadora nas últimas quatro décadas.
“São 40 anos de existência e resistência, de luta, de rua, de greves e também de empoderamento das mulheres, porque a CUT tem essa característica de interseccionalizar os debates, além das agendas economicistas, de reivindicação por melhores salários, condições de trabalho e redução de jornadas. Como secretária de Mulheres da CUT vi, ao longo desses anos, o crescimento da participação das mulheres”, disse Juneia Batista, secretária da Mulher Trabalhadora, ao lembrar que, em 1983, a CUT contava apenas com duas dirigentes, Clara Ant e a professora paraense Venize Rodrigues.
Em sua fala, o vereador João Ananias (PT) falou da necessidade de se aprofundar as discussões em torno da indústria 4.0, com o avanço da tecnologia e o impacto na geração de empregos. De acordo com o parlamentar, propostas como a redução da jornada de trabalho podem contribuir com a empregabilidade. “Precisamos iniciar a luta para reduzir a jornada de 44 para 36 horas”, frisou, em referência aos estudos que mostram que a redução das horas traz benefícios sociais e econômicos para a sociedade.
O deputado estadual Maurici (PT) acompanhou o raciocínio de Ananias, dizendo ser um dos principais desafios para o movimento sindical pensar o futuro do trabalho olhando para experiências de projetos já em prática em outros países. “O desafio será encontrar formas de luta que preservem o trabalho e garanta a sobrevivência das pessoas. A Finlândia e alguns estados norte-americanos já aprovaram os seus programas em renda mínima, pois sabem que é impossível sustentar a massa”, disse.
Presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart destacou, entre outros pontos, a marca de atuação solidária e cidadã que a CUT e seus sindicatos possuem. “Na pandemia, por exemplo, fizemos uma ampla campanha para arrecadar alimentos e itens de necessidade para doar aos que estavam precisando naquele momento, sem deixar de cobrar dos governos as suas responsabilidades”, pontou o dirigente.
Hélio Rodrigues, que também é dirigente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, lembrou dos momentos de intervenção que alguns sindicatos tiveram durante o período da ditadura (1964-85). “Muitas entidades, como os Químicos, tiveram interventores na ditadura, que eram praticamente as equipes dos RHs das empresas. Algo como a raposa cuidando do galinheiro. Mas os trabalhadores resistiram e foram, aos poucos, retomando os sindicatos. Nesse processo vem a CUT, que significou um polo aglutinador de todos os sindicatos lutadores desse país”, disse.
A CUT fez aniversário no último dia 28 de agosto e, por todo o país, diversas casas legislativas têm realizado homenagens à Central. Em São Paulo, além da Câmara Municipal da capital, já foram feitas solenidades na Câmara de Limeira (22/8), na Assembleia Legislativa de São Paulo (28/8), na Câmara de Diadema (30/8), e na Câmara de Campinas (12/9). Além de menções de aplausos nas câmaras de Jandira e em Carapicuíba.
Estão ainda previstas sessões nas câmaras de Mauá e de Bauru, ambas na próxima segunda-feira, dia 18.